domingo, 12 de fevereiro de 2012

Exercícios sobre Tipologia Textual

1. Observe os fragmentos de textos abaixo e classifique-os.

a) Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, alta forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo. As mãos, a despeito de alguns ofícios rudes, eram curadas com amor; não cheiravam a sabões finos nem águas de toucador, mas com água do poço e sabão comum trazia-as limpas e sem mácula. Calçava sapatos de duraque, rasos e velhos, a que ela mesma dera alguns pontos.”

(Machado de Assis – Dom Casmurro)

b) NEGRO FUGIDO

(Oswald de Andrade)

O Jerônimo estava numa outra fazenda

Socando pilão na cozinha

Entraram

Grudaram nele

O pilão tombou

Ele tropeçou e caiu

Montaram nele.

c) ROSA DE HIROSHIMA

(Vinicius de Moraes)

Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A anti-rosa atômica

Sem cor sem perfume

Sem rosa, sem nada

d) O SORRISO DOS OLHOS DE THALITA

(Filemon Félix de Moraes)

Dizer que Thalita sorria

É pouco

Com seus olhinhos miúdos,

Com seu rostinho singelo,

Com seu jeitinho maroto,

Thalita não só sorria:

Ela iluminava o dia!

e) MAR PORTUGUÊS

(Fernando Pessoa)

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

f) NO CORPO

(Ferreira Gullar)

De que vale tentar reconstruir com palavras

O que o verão levou

Entre nuvens e risos

Junto com o jornal velho pelos ares

O sonho na boca, o incêndio na cama,

o apelo da noite

Agora são apenas esta

contração (este clarão)

do maxilar dentro do rosto.

A poesia é o presente.

2. Escolha um entre os tipos de redação vistos na aula e elabore um texto seu utilizando estas características.

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