Leia o texto 01 e faça a questão 1
TEXTO 01
Não faz muito tempo, a mata virgem, as ondas generosas e as areias brancas da Praia do Rosa, no sul catarinense, despertaram a atenção de surfistas e viajantes em busca de lugares inexplorados. Era meados dos anos 70, e este recanto permanecia exclusivo de poucas famílias de pescadores. O tempo passou e hoje “felizmente”, conforme se ouve em conversas com a gente local, o Rosa não mudou.
Mesmo estando localizada a apenas 70 quilômetros de Florianópolis e vizinha do badalado Balneário de Garopaba, a Praia do Rosa preserva, de forma ainda bruta, suas belezas naturais. É claro que houve mudanças desde sua descoberta pelos forasteiros. Mas, ao contrário de muitos lugarejos de nossa costa que tiveram a natureza devastada pela especulação imobiliária, esta região resiste intacta graças a um pacto entre moradores e donos de pousadas. Uma das medidas adotadas por eles, por exemplo, é que ninguém ocupe mais de 20% de seu terreno com construção. Assim, o verde predomina sobre os morros de frente para o mar azul repleto de baleias. Baleias? Sim, baleias francas, a mais robusta entre as espécies desses mamíferos marinhos, que chegam a impressionantes 18 metros e até 60 toneladas.
(Sérgio T. Caldas, na Os caminhos da Terra, dez./00)
QUESTÃO 01
Em “Não faz muito tempo, a mata virgem, as ondas generosas e as areias brancas da Praia do Rosa, no sul catarinense, despertaram a atenção de surfistas e viajantes em busca de lugares inexplorados” encontramos os seguintes grupos de palavras:
a) Substantivos: virgem, ondas, areias, surfistas, viajantes.
b) Adjetivos: generosas, brancas, inexplorados.
c) Verbos: faz, mata, despertaram.
d) Preposição: não, a, em, de.
Leia o texto 02 e faça as questões 2 e 3
TEXTO 2
Esperanças
Apesar de 4 bilhões de pessoas viverem na pobreza, entre os seis bilhões de habitantes da Terra, as pessoas simples continuam a acreditar num futuro melhor. Não importa se esse sentimento brota da emoção, da fé ou da esperança.
O importante é ressaltar que a crise de uma concepção científica do mundo abre, agora, a perspectiva de que os caminhos da história não sejam apenas aqueles previstos pelas largas avenidas das ideologias modernas.
Os atalhos são, hoje, as vias principais, como o demonstram o Fórum Social de Porto Alegre e a força das mobilizações contra o atual modelo de globalização. Assim como o aparente perfil caótico da natureza ganha um sentido evolutivo e coerente na esfera biológica, do mesmo modo haveria um nível – que o Evangelho denomina amor – em que as relações humanas tomam a direção da esperança.
É verdade que, com o Muro de Berlim, ruiu quase tudo aquilo que sinalizava um futuro sem opressores e oprimidos. Agora as leis do mercado importam mais do que as leis da ética.
Mas, e a pobreza de 2/3 da humanidade? O que significa falar em liberdades quando não se tem acesso a um prato de comida? Esta é a grande contradição da atual conjuntura: nunca houve tanta liberdade para tantos famintos! Mesmo os povos que no decorrer das últimas décadas não conheceram a pobreza e o desemprego agora se deparam com esses flagelos, como ocorre nos países do leste europeu.
A ironia é que, hoje, aqueles povos são livres para escolher seus governantes, podem circular por suas fronteiras e manifestar suas discordâncias em público. Mas lhes é negado o direito de escolher um sistema social que não assegure a reprodução do capital privado.
(Frei Beto, in O Dia, 19/08/01)
QUESTÃO 02
Em “Apesar de 4 bilhões de pessoas viverem na pobreza, entre os seis bilhões de habitantes da Terra, as pessoas simples continuam a acreditar num futuro melhor “ encontramos:
a) Um algarismo romano e um numeral cardinal.
b) Um algarismo arábico e um numeral ordinal.
c) Um algarismo romano e um numeral fracionário.
d) Um algarismo arábico e um numeral cardinal.
QUESTÃO 03
Marque a opção que apresenta uma frase nominal.
a) Os atalhos são, hoje, as vias principais, como o demonstram o Fórum Social de Porto Alegre.
b) (...) que o Evangelho denomina amor (...)
c) Mas, e a pobreza de 2/3 da humanidade?
d) A ironia é que, hoje, aqueles povos são livres para escolher seus governantes.
Leia o texto 03 e faça as questões 4 a 6
TEXTO 03
Raízes
Diante da minha janela havia uma pedra.
Não, não vou fazer imitação de poesia. Nada tem de poética a história que vou contar. A pedra de que falo é na verdade uma imensa pedreira, de topo liso, coberto em alguns pontos pela vegetação rasteira, uma espécie de enclave rural em pleno Leblon, onde às vezes cabras pastavam e onde um galo alucinado insistia em cantar na hora errada, no início da madrugada. Era o lugar ideal para, nas tardes de domingo, uma menina se deitar, sentindo nas costas o calor do sol retido pela pedra, enquanto olhava as pipas agitando-se no ar. Eu ia com meus irmãos e seus amigos, quando eles subiam, lá para soltar pipa. São só lembranças. Essa pedra não existe mais. Ou pelo menos não existe assim, como a descrevo agora, a pedra da minha infância. Hoje, é uma pedra nua – morta.
Sua base ainda está lá e servirá, pelo que si, de fundação para um shopping. Mas a superfície foi toda raspada, a vegetação desapareceu, a pedreira foi rebaixada em quatro ou cinco metros, retalhada durante dois anos por uma orquestra de britadeiras, e nela foram erguidos os primeiros andares do que seria um estacionamento.
Assim que começaram a destruir a pedreira, pensei com alarme numa pequena árvore, uma muda de amendoeira cujo crescimento árduo eu vinha acompanhando havia anos. A árvore crescera numa das laterais da pedra e seu tronco se encorpava, equilibrando-se de forma improvável no paredão íngreme. Eu admirava sua bravura, tirando seiva de um lugar onde não havia terra, fazendo um esforço enorme para crescer na ranhura mínima que encontrara. E caminhei um dia até o local onde ela crescia, para ver se, com as obras que tinham começado, a pequena árvore sobreviveria. Mas cheguei tarde demais. Só encontrei o tronco, decepado. Em torno, as raízes, que por anos se haviam agarrado à pedra com tanto esforço, agora condenadas a secar, inúteis.
O tempo passou. E eu não pensei mais no assunto. Até que, outro dia, assistindo a um documentário sobre os talibãs, vi uma inglesa de origem afegã mostrando a foto de um jardim onde brincava na infância e que fora destruído pela guerra civil. O documentário, feito antes da guerra com os Estados Unidos, fora gravado em solo afegão, e a moça conseguira chegar ao local do tal jardim. Mas não encontrou nada. A comparação com a foto que trazia nas mãos era chocante. Todo o verde havia desaparecido. No meio de um descampado monocromático, restara apenas o círculo de pedra de uma velha fonte, ao fundo, testemunhas da devastação que – hoje sabemos – estava apenas no princípio.
Aquela mulher e seu jardim desaparecido me fizeram pensar na pequena amendoeira que crescera na pedra e que também fora decepada. E, com isso em mente, voltei ao ponto do paredão onde ela um dia se agarrara. Com surpresa, descobri que das raízes deixadas na pedra surgiam brotos, com folhas de um verde limpo.
A amendoeira teimava em renascer – como talvez fizesse o jardim afegão -, apesar da fúria dos homens.
(Heloísa Seixas, Domingo, nº 1336)
QUESTÃO 04
No período composto “A pedra é na verdade uma imensa pedreira, de topo liso, coberto em alguns pontos pela vegetação rasteira, uma espécie de enclave rural em pleno Leblon, onde às vezes cabras pastavam e onde um galo alucinado cantava na hora errada, no início da madrugada” as orações sublinhadas apresentam, respectivamente:
a) Três sujeitos compostos
b) Três sujeitos simples
c) Três sujeitos indeterminados
d) Três sujeitos inexistentes
QUESTÃO 05
Na oração “A árvore crescera numa das laterais da pedra” encontramos:
a) Um predicado nominal
b) Um predicado verbo-nominal
c) Um predicado verbal
b) N.D.A.
QUESTÃO Nº 06
Marque a oração que apresenta Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito:
a) Diante da minha janela havia uma pedra.
b) Sua base ainda está lá.
c) Assim que começaram a destruir a pedreira
d) Só encontrei o tronco, decepado.
Leia o texto 04 e faça as questões 7 e 8
TEXTO 04
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
(Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas)
QUESTÃO 07
Pode-se afirmar, com base nas ideias do autor personagem, que se trata:
a) De um texto jornalístico
b) De um texto religioso
c) De um texto científico
d) De um texto autobiográfico
QUESTÃO 08
Deduz-se do texto que o autor-personagem:
a) Está morrendo
b) Já morreu
c) Não quer morrer
d) Não vai morrer
Leia o texto 05 e faça a questão 9
TEXTO 05
Metamorfose
(Cassiano Ricardo)
Meu avô foi buscar prata
mas a prata virou índio.
Meu avô foi buscar índio
mas o índio virou ouro.
Meu avô foi buscar ouro
mas o ouro virou terra
Meu avô foi buscar terra
e a terra virou fronteira.
Meu avô, ainda intrigado,
foi modelar a fronteira:
E o Brasil tomou a forma de harpa.
QUESTÃO 09
No período composto “Meu avô foi buscar prata, mas a prata virou índio.”, o sujeito do verbo “virou” é:
a) Avô
b) Terra
c) Prata
d) Harpa
Leia o texto 06 e faça a questão 10
TEXTO 06
Não existe essa coisa de um ano sem Senna, dois anos sem Senna... Não há calendário para a saudade.
(Adriane Galisteu, no Jornal do Brasil).
QUESTÃO 10
Segundo o texto, a saudade:
a) Aumenta a cada ano.
b) É maior no primeiro ano.
c) É maior na data do falecimento.
d) É constante.
Leia o texto 7 e faça a questão 11
TEXTO 07
Disponível em: http://www.tirinhas.com/. Acesso em 15 nov. 2011.
QUESTÃO 11
A linguagem apresentada no texto é:
a) uma forma de linguagem existente desde a antiguidade.
b) uma linguagem informal e impossível de ser compreendida.
c) uma linguagem desprezada pela sociedade, por estar fora dos padrões gramaticais.
d) uma linguagem compreensível e utilizada com as novas tecnologias
Leia o texto 08 e faça as questões 12 e 13
TEXTO 08
Passei a vida atrás de eleitores e agora busco leitores. (José Sarney, na Veja, dezembro de 1997).
QUESTÃO 12
Deduz-se pelo texto uma mudança na vida:
a) Esportiva
b) Intelectual
c) Profissional
d) Sentimental
QUESTÃO 13
O autor do texto sugere estar passando de:
a) Escritor a político
b) Político a escritor
c) Político a romancista
d) Senador a contista
Leia o texto 09 e faça as questões 14 e 15
TEXTO 09
Os animais que eu treino não são obrigados a fazer o que vai contra a natureza deles. (Gilberto Miranda, na Folha de São Paulo, 23/2/96).
QUESTÃO 14
O sentimento que melhor define a posição do autor perante os animais é:
a) Fé
b) Respeito
c) Solidariedade
d) Amor
QUESTÃO 15
Segundo o texto, os animais:
a) São obrigados a todo tipo de treinamento
b) Fazem o que não lhes permite a natureza
c) Não fazem o que lhes permite a natureza
d) São treinados dentro de determinados limites.
Leia o texto 10 e faça a questão 16
TEXTO 10
Liberdade
(Fernando Pessoa)
Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
QUESTÃO 16
Marque a opção que apresenta um verbo de ligação:
a) O sol doira sem literatura.
b) Livros são papéis pintados com tinta.
c) Que não sabia nada de finanças,
d) Nem consta que tivesse biblioteca...
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